segunda-feira, 3 de março de 2008

Será que não estamos a criar uma geração enrascada?

Há já algum tempo que esta dúvida paira na minha cabeça.
Sem querer ser antiquado ou retrógrado, dou comigo a pensar, se não se passou do oito para o oitenta.
De uma geração que não tinha nada, e que se obrigou a inventar tudo, desde as brincadeiras, à forma de sobreviver e de se desenrascar, temos uma geração a quem oferecemos “tudo feito”. Os meninos não podem ter dificuldades nenhumas. Sempre que alguma dificuldade surge, logo correm os papás a resolver o problema.
Quem pode depois estar preparado para enfrentar dificuldades?
Quem sabe reagir às adversidades que a vida contém?
Não será por isso que tantas coisas estranhas acontecem nos nossos dias, e que para os mais velhos parecem absurdas?
Não será por isso que o insucesso e o abandono escolar atingiram níveis nunca antes vistos?
Não será por isso que os alunos têm imensa dificuldade nas disciplinas em que o cognitivo (ter que pensar) se torna uma grande dificuldade?
Não será por isso que acontecem tantos divórcios, pois não estão preparados para enfrentar um “não” ou um “nim”.
Esta sociedade de consumo que estamos a criar, não nos levará a demasiados facilitismos, que depois com as contrariedades da vida nos levam a reagir da maneira mais fácil?
Depois o isolamento físico a que os nossos jovens já nos habituaram, permanecendo horas a fio agarrados aos computadores e televisões, sabe-se lá muitas vezes a ver e a fazer o quê, não será também uma forma que eles encontraram para se alhearem das dificuldades que a vida lhes trazem?
Espero sinceramente que estes pensamentos não sejam verdade, mas tenho algum receio que estejamos a criar uma geração enrascada.

sábado, 1 de março de 2008

A TERCEIRA IDADE

É com este nome que normalmente são conhecidos os idosos, ou seja aqueles que fizeram parte de uma geração anterior à nossa, e que são os responsáveis por nós todos estarmos aqui.
Se é a terceira idade, é caso para perguntar qual é a 1ª e a 2ª idade, como se cada um de nós nascesse 3 vezes.
De facto só nascemos uma vez em termos biológicos, pois só temos uma vida, mas essa vida passa por várias fases (talvez as tais 3 idades).
A primeira é a infância e a juventude, em que normalmente são os outros que cuidam de nós e nos tratam.
A segunda é a da vida activa em que nós temos que trabalhar para nós próprios, e dar continuidade à humanidade, criando os nossos filhos e contribuindo também para o bem da comunidade.
A terceira, é aquela a que todos nós aspiramos chegar, mas que tão mal tratamos enquanto estamos na segunda.
Vem isto a propósito do tratamento que a sociedade dá aos nossos idosos. Temos todos a tentação de pensar que isso é um problema que o Estado tem que resolver. E de facto o Estado não se pode alhear de alguma responsabilidade.
Mas cada um de nós tem que ser co-responsável tratando o melhor possível aqueles em tempos trataram de nós, nos deram o seu esforço, carinho, e que se privaram de muitas coisas da vida para que nós pudéssemos ser o que somos hoje.
O que se assiste é a uma cada vez maior sensibilização por parte dos governantes para este problema, sendo hoje comum ouvir-se falar de várias iniciativas públicas que se calhar mais não fazem que uma forma de tentar calar a revolta que vai no íntimo de cada um pela forma como a sociedade os trata.
São de louvar tais iniciativas, mas todos temos que fazer algo mais do que encontrar um Lar para “despejar” o nosso pai ou a nossa mãe, e assim nos livrarmos daquele “fardo” que muitas vezes se arrasta e não nos deixa gozar a vida a que achamos que temos direito, esquecendo que um dia estaremos nas mesmas condições.
Talvez nessa altura a nossa consciência nos lembre alguns ditados populares como seja “Quem semeia ventos, colhe tempestades” ou “Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti.”
Todos temos direito a uma vida digna desde o dia em que nascemos até ao dia em que morremos.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

OPÇÕES DE VIDA A QUE OS GOVERNOS NOS OBRIGAM

Temos assistido ultimamente a constantes manifestações de desagrado por todo o país quer por parte das populações, quer por parte dos autarcas locais contra os encerramentos a que políticas discutíveis vão por certo levar a uma desertificação das zonas menos populosas e a uma concentração das pessoas junto de pólos urbanos.
Ele são as Escolas, ele são as maternidades, ele são os Centros de Saúde, etc., etc, e Deus sabe o que por aí virá a seguir.
Sem querer pôr em causa alguma qualidade nos serviços prestados que eventualmente se ganhará com essa concentração, não se estarão a colocar em causa elementares opções de vida num mundo rural, onde hoje muitos dos que já estão saturados dos meios urbanos gostariam de viver?
Já não nos bastava existirem PDMs que são autênticos atentados a uma ruralidade que se quer moderna mas que não esqueça uma determinada qualidade de vida a que os cidadãos têm direito?
A quem interessa essa concentração de pessoas nos meios urbanos?
Já alguém fez contas aos custos acrescidos, e aos incómodos que tais situações vêm criar?
Os poucos transportes públicos existentes e a horas inadequadas, vão resolver o problema de quem não tem meios de transporte próprios, ou dinheiro para os sustentar?
Depois admirem-se de ter um país onde se vive em autênticas gaiolas, quais animaizinhos de estimação, e um outro pintado de negro com as cinzas provenientes dos incêndios a que as zonas abandonadas o deixaram.

a 1ª vez

Andava há que tempos para ter tempo para iniciar um blog.
Vida de Presidente da Junta e de Funcionário do Ministério da Agricultura (não se riam que é verdade), é dificil.